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Portugal de Moto: Dia 1 - De Lisboa a Serpa


Lisboa, Elvas, Évora, Beja e Serpa

Aproximadamente 405 km

Buscando a moto


Depois de comemorar o réveillon em Lisboa com os fogos do rio Tejo, chegava finalmente a hora de viajar de moto em Portugal. A locadora que reservamos a Harley-Davidson Softail Heritage não ficava na capital portuguesa, mas havíamos marcado com antecedência de nos encontrarmos na estação de trem do Rossio, que ficava próximo ao local que estávamos hospedados. Eles levariam a moto até lá.


Um senhor que falava apenas francês nos encontrou no horário e local combinado. Como não falo nada além de bon jourem francês e ele não falava nada de português, inglês ou espanhol, foi impossível conversar sobre coisas básicas em relação ao estado da moto, como condições dos pneus, dos freios, se havia alguma recomendação, etc. Usando a clássica língua dos viajantes, os sinais, ele me mostrou o básico: como ligar e desligar a moto, como travá-la, acionamento das setas e abrir e fechar os alforges. Tudo que já sabia.

Depois disso, confirmou alguns dados e me fez assinar alguns papéis. Em nenhum momento perguntou sobre minha Permissão Internacional para Dirigir (PID). Se ele fosse questionar, teríamos um problema, porque eu nunca tive e sabia, por exemplo, que pelos acordos internacionais firmados entre Portugal e Brasil, não havia necessidade de possuir uma. Nesse momento ele apenas confirmou se a carteira de motorista era a mesma enviada para a locadora por e-mail.


Hora de pagar. Primeiro problema. Tinha pendente o pagamento dos 50% restante da locação e outro ponto que havíamos combinado com antecedência era a forma de pagamento, que seria cartão de crédito. Só que no mesmo dia da entrega da moto, a locadora avisou por SMS que poderia ter problema com a máquina do cartão e pediu para ir com dinheiro, caso necessário. Achei um absurdo essa notícia e quase não levei o dinheiro – a Ju me fez voltar atrás. E na hora do vamos ver, é claro que a máquina deu problema. Foi o primeiro absurdo. Mas é aquilo: nessas horas, vai fazer o que?! Ficamos reféns.

Pé na estrada! Estávamos realmente preparados?


Sem mais dramas, pegamos a moto e demos a primeira volta por Lisboa antes de voltar para casa. Era a minha primeira vez pilotando um Harley-Davidson Softail Heritage e logo nos primeiros metros, lembro de ter pensado algo como: “Que moto grande! Vou precisar tomar cuidado, principalmente nessas ruas estreitas de Portugal. Ainda mais com garupa”. Pilotar uma moto pela primeira vez é uma experiência totalmente diferente quando você está sozinho ou engarupado. Estava sentindo isso na pele.


Voltamos para casa, pegamos nossa mala, a câmera, arrumamos o GPS na moto e pé na estrada. Na saída, com a confusão de arrumar as coisas na moto e despedidas, acabei não prestando atenção na posição da câmera e o primeiro vídeo da viagem de Harley em Portugal ficou uma maravilha, mostrando muito mais o painel da moto. Que beleza...


Em Lisboa não estava tão frio, então não colocamos segunda pele e nos preparamos como se fosse para enfrentar o inverno... do Rio de Janeiro. Foi só começar a manter velocidade constante acima dos 100 km/h na autoestrada para sentir o vento gelado entrando por todos os lados. O para-brisa da Heritage ajudava bastante, mas as mãos congelavam com o vento, que também invadia a jaqueta e as calças.


Mas foi em Elvas que chegamos ao nosso limite. Entramos na fortaleza da cidade, bebemos um café quente e nos agasalhamos o máximo que podíamos naquele momento para seguir viagem. Terminamos de conhecer a fortaleza, que mais vale a pena pela vista, conhecemos o aqueduto - que lembrou demais os Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro – e seguimos viagem. Hora de começarmos a ir para o Sul.

"Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos"


A segunda parada foi em Évora, onde conhecemos a famosa Capela dos Ossos. Logo na entrada está a frase que intitula esse parágrafo. Decorada com ossos humanos (sim, ossos humanos! De aproximadamente 5 mil monges franciscanos) para solucionar um problema de falta de espaço, já que haviam 42 cemitérios na cidade e eles queriam usar os terrenos para outros fins. A história acabou ligando o fato a questão religiosa de transitoriedade da vida. Vai saber... O lugar é um pouco assustador, mas para mim lembrou uma coisa que acredito bastante: no final, somos todos iguais.


O mais interessante mesmo em rodar por essas cidades do Alentejo era que uma característica se repetia: sempre havia uma parte murada que guardava o centro histórico. Parecia que estávamos em um filme medieval, só que ao invés de um cavalo, cavalgávamos um monstro mecânico movido a combustão. Imagina agora esse monstro de 350 quilos andando nas ruelas dessas cidades medievais, algumas vezes rodando por ruas de pedras que lembravam Paraty (RJ). Mas os lugares eram, sem dúvidas, incríveis. E é possível se acostumar com o peso da moto e com os desafios.


Quando estamos nos divertindo, o dia passa rápido. Então voltamos para a estrada em direção a Serpa, nosso destino final no dia. Mais 110 quilômetros que percorremos já no fim de tarde e à noite. Como era inverno, infelizmente anoitecia rápido. Chegamos na pousada Monte da Morena, onde tínhamos reserva, deixamos nossas malas e fomos para o centro da cidade jantar em um restaurante recomendado pelos donos da pousada. Ficamos perdidos. Chegamos. Comida boa. Brasileiros ao lado (incrível, longe dos destinos turísticos e em uma cidade de 15 mil habitantes!! Pensei). Subimos na moto. Voltando para a pousada, surpresa. Pneu furado.

O pneu estava bem vazio e saiu da roda quando estávamos fazendo uma curva. Quase fomos para o chão (!), mas segurei a moto e, como não tinha como resolver nada naquele momento e não dava para seguir em frente, estacionei na rua, marquei o local no mapa do meu celular e voltamos a pé para a pousada, em uma estrada vazia, escura e deserta. Assim terminava nosso primeiro dia de viagem: sabendo que teríamos que acordar cedo para tentar resolver o problema e seguir viagem.


Trajeto do dia:


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